28 janeiro 2015

Save Me From Hell - Capítulo 1


The Yellow Eyes


- Mas não podemos entrar aqui – Diz Louise olhando para os lados se certificando de que ninguém os observava –, podemos ser pegos!
- Não disse que queria ter uma noite inesquecível hoje? Aqui está sua chance. – Responde Josh apertando ainda mais a mão de sua namorada. Não estava ao mesmo nível que ela, mas estava nervoso, digamos tenso.
Era o ano de 1952, época em que as “aberrações” humanas eram as notícias de maior destaque em todos os jornais. Embora essa fama toda das aberrações, as coisas não fluíam bem para eles, já que suas deformações eram motivos de deboches, repudia, medo, exclusão. Resumindo, sua vida seria bem difícil caso tivesse a infelicidade de nascer com alguma deformidade.
Josh, um garoto de cabelos claros e pele alva, puxava Louise para perto do acampamento do famoso circo Adamatti, onde ficavam as principais atrações do mesmo. Todas as pessoas estavam no espetáculo, outras estavam se divertindo na roda-gigante e montanha russa, ninguém os perceberia.


- Talvez seja melhor nós voltarmos, Josh, pode ser perigoso! – Alerta mais uma vez Louise, olhando novamente para os lados. – Não quero arranjar confusão.
Josh respira fundo e se vira de frente para Louise segurando suas mãos.
- Olha, Lissy, eu sei que parece perigoso, mas eu estou tentando te dar uma das maiores noites da sua vida e eu quero realmente que tudo nessa noite dê certo, então que tal parar de se preocupar um pouco e relaxar?
Ela afirma positivamente com a cabeça e ele lhe dá um beijo na bochecha, e os dois enfim, continuam a caminhar em direção ao acampamento.
Quando finalmente chegam ao acampamento, se deparam com uma série de gaiolas e carroças com grandes grades, exclusivas para animais e aberrações. Tudo era bem colorido, apesar da noite. Olhando ao leste, podia se ver o grande pano que cobria o teto do circo. De lá, as luzes do grande espetáculo de hoje reluziam intensamente, com o tema: A Bela e a Fera. A fera, claro, era uma aberração que ficava presa em uma espécie de cofre.
O circo Adamatti era famosa por levar aos seus shows as maiores criaturas já encontradas. A atual era: “A Besta de Olhos Amarelos”, e sim, havia várias lendas sobre ela. Muitos diziam ser uma besta, de olhos amarelos – claro – e chifres enormes, e que enrolavam, formando uma espiral que tinha o comprimento de sua cabeça até os ombros. Outros diziam que a famosa besta era totalmente vermelha, com cascos no lugar dos pés, cabelos de fogo, e caninos mais afiados e compridos de que qualquer outro felino que tenha habitado a terra. Mas a verdadeira face só poderia ser descoberta caso assistisse o espetáculo. O problema é que, toda vez que perguntavam algo sobre a besta a alguém que tenha ido ao show, a mesma não responderia concretamente, e às vezes, nem respondiam. Nesses casos, a pessoa fixava o olhar em algum ponto alheio do lugar em que estava e respondia um “Horrível” para aquele que perguntou.
 - Olha essa aqui, Lissy! – Josh diz um pouco baixo para não assustar as criaturas. – Olhe as mãos dela!
 - Não chegue tão perto Josh! – Alerta Louise – Vai assustá-la.
- Deixe de ser medrosa. Vem! Vamos ver os outros! – E Louise volta a ser puxada pelo namorado. Sua mão começara a doer.
- Josh, Josh! Minhas mãos! Estão doendo!
Louise para no meio do caminho e puxa sua mão de volta, obrigando Josh a parar seu percurso. Ela massageia os punhos, na tentativa de amenizar a vermelhidão que ser formou neles. Josh mais uma vez suspira, apoiando suas mãos na cintura, olhando para baixo, discordando das reações da garota de cabelos dourados.
- Sério, Louise, qual é o seu problema? – Lissy o olha confusa. – Quero dizer, eu me arrisco pra te trazer aqui e ao invés de me agradecer fica reclamando, falando o que devemos ou não fazer. Olha só para esse lugar, Lissy! Cheia de criaturas, aberrações, monstros pra ver, tocar e a única coisa que faz é reclamar! Não era isso o que queria? Uma noite especial?
- Não era isso o que eu tinha em minha cabeça, Josh. – As pálpebras de Lissy se cerram um pouco e seus lábios são franzidos. – Quando disse que queria uma “noite especial”, pensei que você saberia do que eu estaria falando apenas por ouvir a palavra “noite”. E respondendo sua pergunta: Eu não tenho problema nenhum, além de ter um namorado que sofre de infantilidade aguda!
Josh se cala por um instante, agora descobrindo o que realmente Lissy quis dizer mais cedo, e claro, se sentiu cara mais estúpido.
- Lissy...
 - Olha Josh, não diga mais nada, ‘tá bem? Vamos ver logo as aberrações porque eu quero ir logo pra casa...
Ele assentiu e cada um foi ver uma aberração, se esquecendo um pouco da pequena briga que tiveram a pouco instantes. Josh se ocupara vendo as aberrações humanas, onde se via pessoas com deformidades nos braços, outras em suas cabeças, algumas não tinham pernas ou braços, uns tinham deformidades na face, a maioria sujos e fétidos, isso porque a maioria só eram lavados quando fossem se apresentar. Algumas de suas deformidades eram proles das más condições que vivam, adquirindo doenças que se espalhavam entre si.
Já Louise decidiu ir ver os animais, devido seu grande amor à eles. Em sua casa, já havia 5 cachorros e 3 gatos, sem contar com os pássaros que muitas vezes vão à sua casa apenas para receber alguma comida. Ela percebeu que não eram apenas pessoas com deformidades que se apresentavam, mas também animais com suas deformidades. Ali havia cachorros, macacos, tigres e leões com duas cabeças ou rabos. Membros faltando e até alguns animais empalhados com um tipo de mecanismo que os faziam caminhar. Simplesmente um horror. Louise foi se aprofundando entre as carroças que nem percebeu que já estava longe de Josh e da saída. Mas isso apenas aconteceu porque algo lhe chamou a atenção, algo que ficava afastado de todas as outras aberrações. Sua curiosidade aumentou quando viu que a gaiola que lhe prendeu a atenção era diferente das demais.
Parecida com um cofre, aquela gaiola era inteiramente feita de ferro e não havia um especo aberto sequer. Exceto pelas pequenas aberturas no topo da porta e na parte de baixo da mesma, por onde serviam a comida, deduziu Louise. Ela se aproxima, tomando todo o cuidado para não fazer muito barulho, afim de não ser descoberta por alguém do circo ou até mesmo pela criatura.
Encostou suas mãos na fria e dura porta da gaiola. Pôde perceber que a mesma era grande por dentro devido à sensação de oco que ela tinha. Respirou fundo uma, duas, dez vezes antes de criar coragem e abrir a pequena fresta da parte de cima da porta e quando abriu... Nada. Não viu absolutamente nada. Isso porque lá dentro não havia ponto de luz algum, impossibilitando a visão de qualquer coisa de lá dentro. Decepcionada por não conseguir ver um fio de cabelo sequer da misteriosa criatura, Lissy se afasta um pouco da porta, para ser atraída novamente para mesma ao ouvir alguns barulhos de correntes.
Dois pontos amarelos, ou dourados. Melhor dizendo, dois olhos de íris amarelas a fitavam intensamente, provocando-a uma série de calafrios e arrepios em seu corpo. A criatura havia percebido sua presença. “Ótimo!”, pensa Louise, “Só espero não ter pesadelos...”. Ela ouve uma risada abafada, mas não pôde identificar direito de onde ela se reproduziu. Balançou a cabeça na tentativa de afastar aqueles pensamentos e focar-se na criatura.
Mas quando foi observá-la novamente, os olhos haviam sumido, causando um certo pânico em Lissy. “Ela escapou, pronto! Era só essa que me faltava!”. E de repente os olhos reaparecem bem na frente de Lissy, fitando-a com certa curiosidade. A aparição repentina foi tanto que fez com que a garota soltasse um grito agudo, e ao mesmo tempo, fazendo-a se desequilibrar e cair para longe da porta da gaiola. O par de olhos a fitou por alguns meros segundos, e em seguida olhou para frente e se afastou da porta.
Passos são ouvidos pela garota, enquanto ao mesmo tempo os barulhos das correntes da criatura vão se afastando. Quando finalmente consegue tirar a terra que caiu em seus olhos, ela repara que um par de botas está parado em sua frente. Ela as seguiu olhando para cima até chegar à face de seu devido dono. Um rapaz, jovem até, com uma barba grande e bigode, bem penteados a fitava. Ele usava um blazer vermelho, uma cartola média e calças um tanto largas na parte da panturrilha, essas da cor branca. Ele estende uma das mãos para Lissy, indicando que ela podia se levantar com sua ajuda.
  - Creio que a senhorita esteja um pouco... Perdida, sim? – Diz o rapaz assim que Lissy já está de pé. – É um prazer conhecê-la, - Ele beija sua mão. – Me chamo Joseph, Joseph Pierre Adamatti. A senhorita seria?
                Ele esboça um sorriso largo e confiante.
Sorriso no qual, Louise nunca se esqueceria...
Continua...

VOLTEI A POSTAR FIC!! AAAAAEEEEHHHHOOOOOOOO!!! Eu espero que vocês gostem de Save Me From Hell, eu gosto dela e adoro escrevê-la, EEEE se você gostou desse capítulo, por favor comente, deixe sua opinião é importante para mim, e bom, como é o primeiro capítulo eu não tenho mais nada pra dizer, então é isso pessoas! Inté o próximo capítulo!

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